Ortopedia Funcional dos Maxilares
A Ortopedia Funcional dos Maxilares (OFM) é uma especialidade da Odontologia que soluciona desequilíbrios ósseos, musculares e de funcionamento dos maxilares; alinhamento dos dentes e problemas da articulação temporomandibular.
Corrige tais disfunções em pessoas de qualquer idade, usando aparelhos removíveis. O tratamento não deve causar dor e é executado sem extração de dentes.
Estes aparelhos produzem estímulos na rede de neurônios sensoriais da boca, que levam a mensagem até o sistema nervoso central que, por sua vez, responde remodelando estruturas ósseas, musculares, articulares e funcionais.
Assim, a estética da face e as funções exercidas pela boca são restabelecidas, trazendo de volta o equilíbrio do sistema bucofacial.
Sinais e sintomas observáveis e tratáveis pela OFM: apneia do sono, bruxismo (ranger de dentes durante o sono), apertar dentes, barulho feito pelo maxilar durante a mastigação, dores de cabeça, zumbido no ouvido, dor de ouvido, dores na face ou nos maxilares, queixo saliente, dentes tortos, dentes apinhados, dentes da frente que não se tocam, dentes superiores da frente que cobrem os inferiores (“queixo de bruxa”), dentes salientes ou queixo retraído, mordida cruzada atrás, lábios normais que se mantém abertos, língua entre os dentes da frente, entre outros.
Esta especialidade originou-se na Europa no início do século XX e apenas no século XXI foi reconhecida no Brasil, apesar de praticada desde a década de 1960. O nome OFM foi dado por Viggo Andresen, que por isso é considerado o pai da Ortopedia Funcional dos Maxilares. Posteriormente, mestres como Pedro Planas (Espanha), H.P.Bimler (Alemanha), Klammt, Frankel, Mauricio Vaz de Lima, Balters, fortaleceram e ampliaram o campo de atuação da OFM criando técnicas específicas.
Por se utilizar de estímulos neurais, a OFM difere fundamentalmente e conceitualmente da Ortopedia Facial (Ortodontia), que usa força mecânica sobre os dentes e ossos por meio de aparelhos fixos como, por exemplo, aparelho de Hyrax.
Os aparelhos usados pela OFM produzem uma adequada estimulação neural que é enviada à região da boca no córtex sensorial, o qual processa o estímulo, e uma resposta de remodelagem é transmitida de volta ao sistema estomatognático (SE).
As mudanças que ocorrem no SE são também incorporadas pelo córtexes sensorial/motor e são codificadas como novas memórias de longo prazo, as quais são responsáveis pela manutenção do SE no novo equilíbrio.
Esta intensa plasticidade neural, produz remodelagem e crescimento ósseo, inclusive em idade adulta madura, desde que adequadamente estimulada. É o caso do tratamento de mandíbula retraída, mandíbula protruída, expansão de maxila, etc.
O grande avanço recente na neurociência permite visualizar que num futuro próximo será melhor entendido os sistemas neurofisiológicos que medeiam os tratamentos realizados, levando a OFM a novos patamares de evolução.